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Insegurança Alimentar aumenta na mesa dos brasileiros

Cada vez mais brasileiros sofrem por não terem como alimentar suas famílias.

Insegurança Alimentar aumenta na mesa dos brasileiros Foto: Divulgação Notícia do dia 13/07/2022

Por Bruna Lira

Você já se perguntou o que significa fome? Ou melhor, você já passou fome?
O Brasil passa por vários graus da pandemia, ou seja, as consequências dessa refletem drasticamente nos dias atuais, principalmente na Insegurança Alimentar.

Segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), cerca de 19 milhões de brasileiros passam fome e mais da metade das residências no país, enfrentou algum nível de Insegurança Alimentar no final de 2020. Esse número é considerado o dobro em relação aos registros em 2009.
No Amazonas, o Instituto Brasileiro de Geografia em Estatística (IBGE), aponta 2,7 milhões de pessoas entrando no segmento de vulnerabilidade socioeconômica.
A falta de alimentos na mesa dos brasileiros não se resume apenas como causa da pandemia do novo Coronavírus, mas pelo fator principal, a crise política. De vários ângulos, de diferentes regiões e estados é notório a ausência de políticas públicas para aquele mesmo grupo. Famílias carentes que muitas vezes nascem e permanecem naquele local por falta de oportunidades, enfrentando dificuldades financeira e educacional durante suas vidas.


Auxílio Emergencial  


Do ponto de vista da pandemia, essa vulnerabilidade alimentar aumentou ainda mais após o término do auxílio emergencial com o valor correspondente a R$600,00, inicialmente.
Para flexibilizar essa situação, o retorno do valor seria essencial, mesmo que não solucionasse de modo geral, mas ajudaria muitos brasileiros.
É inadmissível aceitar que um governo trate as famílias de baixa renda com tanto desrespeito e ideologia genocida. O que faz uma mãe chefe de família com R$375,00, tendo pelo menos 3 filhos? É digno de sobrevivência? E mesmo quem mora sozinho, o que se faz com R$150,00? É motivo para idolatrar quem foi escolhido para ajudar o povo? Sejamos mais justos com as nossas escolhas.


Exploração do Trabalho Infantil


O cenário atual do país é caótico, porém vou me limitar apenas a Parintins. É “comum” ver as pessoas necessitando de pelo menos um prato com refeição ao dia, crianças pedindo aos pais aquilo que eles não têm a oferecer no momento. A situação é ainda pior quando pessoas mal intencionadas usam da necessidade e inocência de uma criança, fazendo dela refém da própria escolha. É preocupante ver uma criança de 8 anos sair de sua casa com uma bandeja de bolo para vender, tentando ajudar no sustento da família, sem saber que está sendo usada e explorada. De porta em porta buscando subsídios à sobrevivência. O mais chocante é ouvir dela um pedido de ajuda, bem lá no fundo e a maturidade de preocupar-se com os estudos. “a senhora sabe se alguém está vendendo um celular em conta? É que eu estou perdendo aula”, disse o menino. E surge um turbilhão de indagações diante de várias situações que a princípio não há respostas.
 Ele estava cansado e com fome. Disse a ele que podia comer uma fatia de bolo que eu pagaria. Para completar, o pequeno estava andando sem máscara, e eu então lhes cedi uma. Afinal, de quem é a responsabilidade? Onde estão as famílias e a Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente? Até que ponto se pode dar responsabilidade à crianças e onde se configura a exploração do trabalho infantil? 


Mídias sociais


Se antes as redes sociais já eram bastante utilizadas, hoje são mais ainda, só que infelizmente de maneira emergencial em muitos casos. A instantaneidade das plataformas digitais proporcionou às pessoas em extrema necessidade financeira, a possibilidade de trocas de variados objetos por comida. Acessar o mercado online disponível no Facebook e se deparar com mães implorando a alguém que troque qualquer coisa por um pacote de leite ou fralda, é desesperador. 
O celular vibra e a notificação é do grupo de WhatsApp, alguém precisando emprestar dinheiro para comprar merenda a sua filha, e descrevendo a dor da fome. 
A desigualdade social é visível numa sociedade alienada à políticos, maior ainda é a maneira desumana como cada um enfrenta a vida. Aos representantes públicos não se pode apelar, em sua maioria, são os primeiros a matar. O que deveria ser direitos sociais bem como direitos e garantias fundamentais do ser humano regidos pela Constituição Federal, na prática é um total descaso a com a dignidade humana. 
Vale a pena eleger tais “governantes"? O que está havendo com distribuição de recursos públicos? Para onde a intelectualidade humana está evoluindo?