Notícia do dia 17/03/2022
“Lutando pela nossa moradia. Não queremos guerra, queremos apenas uma moradia”. Essa era a palavra de ordem das famílias que moram no Residencial Parintins em manifestação que ocorreu na tarde de ontem nas ruas do conjunto habitacional, construído com recursos federais do então programa “Minha Casa Minha Vida”. Muitos dos manifestantes asseguram que moram no local desde o início da ocupação, em 2012.
Uma das moradoras, Janaína de Souza, afirma que a manifestação que ocorreu de forma pacífica visa, sobretudo, o fim dessa incerteza.
Janaína disse que os moradores não querem guerra, mas a manutenção das famílias em suas casas que, assim como ela não tem renda própria porque está desempregada, muito mais para comprar uma casa.
"Não estamos invadindo, não somos invasores, somos uma família que luta por um lar digno. Queremos uma solução para ambas as partes, pois assim como tem as famílias dos contemplados, tem as nossas também"
Os moradores afirmam que querem pagar para a Caixa Econômica para ter o imóvel legalizado.
Apesar de estar desempregada, Janaína paga água, energia e ressalta que estava na manifestação em apoio a todos aqueles que, assim como ela, pretendem lutar para ficar nas casas que ocupam com suas famílias.
"O que tenho pra falar é que vamos lutar até o fim, vamos procurar nossos direitos, pois temos crianças, idosos e muitas familias que necessitam estar aqui. Não estamos tirando o direito de ninguém, porque lutar por moradia é um direito de todos"
Um dos líderes da manifestação, o jornalista Arcenildo Souza, disse que a presença da população correspondeu com a expectativa da Associação de Moradores do Residencial Parintins, e isso só reforça a vontade de lutar em busca de uma solução para a problemática.
"Nós vemos isso com bons olhos. Nossa luta continua, sob o comando da nossa presidente Rafaela, incansável, no dia a dia, enquanto associação, para que possamos chegar a um resultado definitivo"
Arcenildo comenta que o município possui um grande déficit habitacional e que as unidades habitacionais construídas na comunidade Macurani seria uma das soluções.
"Infelizmente teve essa problemática, de ter que ocupar as residências que estavam abandonadas, que estavam sendo deterioradas pelo tempo e por vândalos. Hoje se você vê o Residencial Parintins, observa uma realidade completamente diferente, de um bairro bem cuidado. Nós, enquanto associação, estamos trabalhando para mudar a visão das pessoas em relação a esse lugar que acolhe tantos pais, mães de família, trabalhadores, que lutam diariamente para ter sua vida digna"