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'Praça da Tradição' homenageia os 'baluartes' do Boi Caprichoso

Inaugurada na noite do último sábado (24), o espaço traz esculturas de Roque Cid, Luiz Gonzaga e Luiz Pereira

'Praça da Tradição' homenageia os 'baluartes' do Boi Caprichoso Notícia do dia 25/06/2023 Praça da Tradição' é inaugurada nas imediações do Curral Zeca Xibelão a praça traz esculturas de casas por onde o bumbá brincou e de Roque Cid, Luiz Gonzaga e Luiz Pereira. O espaço exalta os nomes que construíram a trajetória do Boi Caprichoso Parintins (AM) - Uma pequena praça traz esculturas das casinhas dos tempos de outrora nas paragens da Francesa. Posicionada ao centro, estava uma réplica do Boi Caprichoso e três esculturas, representando Roque Cid, Luiz Gonzaga e Luiz Pereira, considerados alguns dos três baluartes da história do Touro Negro da América. Batizado de “Praça da Tradição”, o espaço, inaugurado oficialmente na noite do último sábado (24) nas imediações do Curral Zeca Xibelão, em Parintins, reverencia todas as mãos que construíram o Boi Caprichoso, de acordo com Ericky Nakanome, presidente do conselho de artes do bumbá azulado. [caption id="attachment_30403" align="aligncenter" width="960"] Foto: Divulgação[/caption]  

“Nós não escolhemos construir um mito. Nós escolhemos, de todos os donos do Caprichoso, três nomes para contar essa trajetória: Rock Cid, representando todos os seus irmãos; Luiz Gonzaga, o dono que ficou mais tempo com a brincadeira de boi; e Luiz Pereira, que foi o último dono do boi antes de se transformar em grupo folclórico, para depois virar associação folclórica. Esses três personagens representam ali os mais de 30 nomes que carregaram a tradição do boi”, afirma Ericky.

As casinhas que emolduram a pequena praça representam os espaços por onde o Boi Caprichoso brincou. “Na São Visconde, hoje atual Sá Peixoto, passou pela Rua Cordovil e pela Rua Rio Branco, e chega na Cordovil, que é o nosso último curral antes de vir para o Zeca Xibelão. Então a praça é lugar de memórias para que as pessoas possam interagir, brincar e, principalmente, rememorar essa tradição gigante, coletiva e construída a muitas mãos, que é a tradição do Boi-bumbá Caprichoso”, coloca o presidente da comissão de artes. [caption id="attachment_30405" align="aligncenter" width="1200"] Foto: Divulgação[/caption] A praça possui cerca de 8 metros por 6 metros de dimensão. A ideia é que, quando ela estiver completamente pronta, seja totalmente interativa. “Boa parte dela já é. Então a gente pode se sentar com nossos fundadores, nossos donos nos bancos, pode brincar. A ideia é fazer a interação do torcedor com as esculturas”, pontua Ericky. O espaço também será destinado para atividades como o lançamento de livros, as quermesses, o encontro com os baluartes do bumbá e com a velha guarda do Boi. “É um espaço para encontro da velha guarda com contação de histórias, essa parte comunitária menor, onde não precisa fazer lá no curral, que é grande. Mas aqui a gente consegue acender uma fogueira e fazer uma festa mais intimista com a tradição de boi”, complementa ele. Uma das pessoas presentes na inauguração da “Praça da Tradição” foi a professora aposentada Odinéa Andrade, madrinha do Boi Caprichoso. Nostálgica, ela relembrou dos tempos em que o Boi Caprichoso era armazenado em sua casa, localizada na Herbert de Azevedo; e dos tempos em que a residência era palco para a construção dos elementos que compunham o boi de Arena. [caption id="attachment_30404" align="aligncenter" width="1200"] Foto: Divulgação[/caption]

“Era todo santo dia, e durante o dia todo. Lá tinha costureira, tinha pintor, tinha desenhista – tudo o que precisa dentro do boi, tinha dentro da minha casa. Eu sou professora aposentada, e o meu dinheiro era pra comprar comida pra todo mundo que estava lá. Tinha dias que não tinha dinheiro, aí olhava todo o povo trabalhando. A gente comia peixe, ovo e farofa, mas ninguém reclamava: todo mundo trabalhava feliz”, ponderou ela, que fica feliz por ver parte da história reconhecida e eternizada na praça. “O Caprichoso foi construído por várias mãos, nunca só uma. Ele cresceu, evoluiu”.

Por: A crítica