Notícia do dia 02/05/2024
Dados divulgados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), apontam que mais de 70% das trabalhadoras e trabalhadores do mundo estão expostos “a graves riscos” à saúde em decorrência das mudanças climáticas.
Se na maioria dos países, o desemprego e a informalidade elevada são um problema que afetam milhares de famílias e pressionam governos locais, o impacto das mudanças climáticas constitui um outro campo.
Ainda não é tratado com a devida importância pelo conjunto dos poderes, das organizações representativas dos trabalhadores e da sociedade, as marcas dessa tragédia estão sendo apresentadas.
O relatório da OIT divulgado no dia 22 e publicado pela Agência Brasil, estima em 2.4 bilhões de trabalhadores de um total de 3.4 bilhões expostos ao calor excessivo em algum tempo da jornada de trabalho e sem a adequada proteção.
O estudo apresenta outros números sobre a gravidade desse cenário: 18.970 de vidas de trabalhadores são ajustadas por deficiência; e projeta que 22.87 milhões dessa mão-de-obra por lesões ocupacionais atribuídas ao excesso de calor.
Na lista de doenças associadas a mudanças climáticas, de acordo com o documento da OIT, estão câncer, doenças cardiovasculares, respiratórias, disfunções renais e problemas de transtornos mentais. A quantidade de trabalhadores expostos à radiação ultravioleta (UV) é de 1.6 bilhão e são 18.960 os que morrem, anualmente, devido ao câncer de pele.
Na área da agricultura, a estimativa é que 870 milhões de trabalhadores estão expostos a pesticidas. São 300 mil mortes atribuídas a envenenamento e 15 mil mortes à exposição a doenças parasitárias e transmitidas por vetores. A OIT considera que a saúde e segurança no trabalho devem ser incluídas como uma das prioridades nas respostas dos governos às mudanças climáticas.
O estudo da Organização Internacional do Trabalho, conclui que “à medida que os riscos das alterações climáticas evoluem e se intensificam, será necessário reavaliar a legislação existente ou criar novos regulamentos e orientações”. Para algumas populações de trabalhadores que podem ser especialmente vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas, é necessário proteções extra.
A questão é saber como esses indicadores são utilizados pelos governos e empresariado, qual é o grau de importância dado e que medidas estão, hoje, sendo adotadas. São poucas as iniciativas globais/locais que consideram o tema relevante.
Fonte: a Crítica| Agência Brasil