A cunhã-poranga do Boi Caprichoso, Marciele Albuquerque, participou de um evento que faz parte da história dos povos originários. Ela esteve no Festival Mariri Yawanawa, que aconteceu de 10 a 15 de agosto, na Aldeia Mutum, em Tarauacá, no Acre. A celebração faz parte da tradição do povo Yawanawa.
O Festival Mariri Yawanawa “é uma grande celebração que reúne todos os representantes de cada aldeia do povo Yawanawa da aldeia Mutum. Durante uma semana, são realizados cantos, danças, cerimônias, jogos, brincadeiras, cura, arte, expressão artística, manifestação cultural e espiritual Yawanawa”. A festa é realizada e promovida pela Associação Sociocultural Yawanawa.
Defensora das causas indígenas, Marciele Albuquerque fez questão de estar presente neste festival e participou ativamente da programação. Ela acompanhou o namorado Thiago Yawanawa, nativo da aldeia e um dos organizadores do evento e conta que foi uma experiência única de conexão com suas raízes indígenas.
“Foi um encontro com a essência da ancestralidade. Através do canto, não tinha presenciado um canto tão forte como o do povo Yawanawa. Através da dança, da arte, do grafismo, tudo exalava uma ancestralidade muito forte e tudo em sintonia, em harmonia com a natureza. É algo inexplicável, tudo o que aconteceu, das brincadeiras, do resgate da cultura Yawanawa”, disse.
Para Marciele, a realização do Festival Mariri é uma forma da cultura indígena resistir. Ela relata a preparação do povo para o festival.
“O Mariri é o festival do povo mesmo, as pessoas esperam o ano inteiro pra viver o Mariri de uma forma intensa. Todos os dias as meninas se pintam, colocam suas penas, seus acessórios. É algo incrível de se ver, é o único. Dançam, cantam e assim, o povo Yawanawa tem talentos que não existem em outro lugar no mundo”, comentou.