Em Parintins, o DNIT, em parceria com pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), está monitorando a área próxima ao porto da cidade devido à preocupação com o risco do fenômeno das “terras caídas”.
Após análises, os especialistas afirmam que a estrutura portuária não está sob risco, mas alertam para o perigo representado às embarcações que continuam ancorando no local. Trata-se de um barranco de aproximadamente 180 metros de comprimento, 43 metros de largura e mais de 12 metros de altura no ponto mais elevado.
Nas últimas semanas, o aumento das rachaduras na região gerou preocupação entre os moradores. No dia 17 de outubro, o Ministério Público instaurou um procedimento para cobrar do poder público, do DNIT, da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros medidas de monitoramento dos riscos identificados.
O geógrafo da UEA, doutor Camilo Ramos, que coordenada as pesquisas, explica a situação analisada no porto de Parintins.
“A quinze dias atrás, nós fizemos a medida e hoje nós estamos medindo novamente e está normal. Não houve dilatação, a barra de sedimentos continua normal, que é um quadro natural. O problema é que as embarcações que atracam no porto, nessa parte, se coloca determinadas estacas para prender o barco e isso é como se fosse uma alavanca puxando o barranco, fazendo popular, para dentro do rio e isso acelera o processo de erosão”, ressalta.
A área continua sendo considerada de risco para embarcações que insistem em ancorar ali, desrespeitando a proibição, apesar de não oferecer perigo à estrutura do porto, segundo Camilo Ramos.
“Tudo deve ser monitorado. O risco sempre acontece. O Rio Amazonas, nesse trecho aqui de Parintins serve com uma barragem hidráulica. Então, ele segura o pacote sedimentar. Então, a gente notou, que não há processo de solapamento, ou seja, escavação por baixo, só as fissuras na parte superior, mas isso não quer dizer que vai cair. O problema é manter o monitoramento, o sistema de alerta e as embarcações, elas têm que tomar certos cuidados, porque elas estão forçando um processo erosivo, no momento em que amarra os cabos”.
A Defesa Civil informou que realiza orientações e esforços de remoção das embarcações, mas muitos proprietários persistem em permanecer na região, mesmo com os avisos.
Em nota o DNIT esclarece que realiza um monitoramento regular da área, incluindo os pontos onde as fissuras foram identificadas.
“Essas fissuras são resultado da falta de água nos sedimentos depositados à margem da IP4, o que tem afetado a estabilidade do solo. No entanto, destacamos que a área possui um desnível baixo, o que minimiza o risco de incidentes que possam comprometer a segurança das embarcações”.
“Reiteramos que o monitoramento será contínuo e, caso novas alterações ou riscos potenciais sejam identificados, tomaremos medidas preventivas de forma ágil, assegurando a integridade e segurança de todos os usuários”, disse DNIT.