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Dois pedidos de impeachment contra Wilson Lima e vice seguem em análise na Aleam

Outros dois novos pedidos chegaram à Aleam, nas duas últimas semanas, denunciando a má-gestão do Estado na saúde pública.

O pedido de impeachment contra o governador Wilson Lima (PSC) e seu vice, Carlos Almeida Filho, protocolado em dezembro do ano passado, foi arquivado pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). A justificativa, segundo consta no Diário Eletrônico do dia 5 de fevereiro deste ano, é a falta de fundamentação e descrição precisa dos fatos. Outros dois pedidos seguem em análise na Casa.

Nesta semana, um possível afastamento do governador do cargo voltou a rondar a Casa, com dois outros novos pedidos de impeachment, alegando a má gestão do governador e do vice durante a pandemia de coronavírus no Amazonas, que até o momento já contabiliza mais de 4,8 mil casos confirmados da doença em todo o Estado.

Protocolado pelos deputados Wilker Barreto (Podemos) e Dermilson Chagas (PP), o pedido feito em dezembro do ano passado, que foi arquivado pela Casa, denuncia a “grave crise da saúde pública no Estado” e a “omissão do Governo em propor soluções para as problemáticas como a falta de medicamentos e insumos nas unidades hospitalares. Denuncia, ainda, a ausência de equipamentos para exames e atraso de salários para os profissionais terceirizados da saúde”.

A vice-presidente da Assembleia, deputada Alessandra Campelo (MDB), explicou que o pedido carece de técnicas jurídicas e não apresentou provas a respeito do crime de responsabilidade.

“Ele falava de problemas genéricos da administração pública, culpando diretamente o governador e o vice por todos os problemas que aconteciam, e não necessariamente por um crime de responsabilidade, que pudesse ser assim tipificado”, disse.

Na época do pedido, servidores terceirizados da saúde denunciaram que estavam sem receber há mais de seis meses e que não havia dinheiro nem mesmo para a passagem de ônibus. Em meio a esse cenário, pacientes e enfermeiros denunciavam também más condições de trabalho em hospitais, mostrando crise na rede pública de saúde do Amazonas. Pacientes também denunciaram superlotação, falta de leitos e de medicamentos, além do quadro reduzido de funcionários nas unidades.

Novos pedidos

Na semana passada, um pedido de impeachment contra o governador Wilson Lima e o vice, Carlos Almeida foi protocolado pelo Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), representado pelo Dr. Mário Vianna. A categoria alega má gestão da saúde no Estado durante a pandemia do coronavírus. Os médicos relatam a “prática de crimes de responsabilidade e improbidade”, e pedem a perda do mandato público, e a inabilitação para que eles exerçam a função pública pelo prazo de cinco anos.

Nesta quarta-feira (29), um novo pedido foi enviado para a Assembleia Legislativa. Desta vez, do Conselho Regional de Administração do Amazonas, em nome de Inácio Guedes Borges, alegando falta de honestidade na Administração Pública Estadual na Área da Saúde e ainda prática de crimes de responsabilidade, também pedindo o afastamento do governador e do vice dos cargos, além da inabilitação para exercer função pública por período de cinco anos.

Os pedidos, que ainda vão ser avaliados pelos parlamentares, acontecem em meio ao colapso na saúde, com quase 100% dos leitos públicos ocupados, por conta da pandemia do coroanvírus no Amazonas, que até esta quinta-feira (29) registrou mais de 4,8 mil casos confirmados da doença em todo o Estado. O primeiro caso foi confirmado no dia 13 de março deste ano. Desde então, os números só aumentaram.

As mortes também subiram e levou governo a instalar novas câmaras frigoríficas em hospitais de Manaus. Além disso, câmeras frigoríficas foram instaladas na área externa de hospitais para comportar corpos. O sistema funerário também está afetado e, por isso, foram abertas valas comuns, chamadas pelo órgão de trincheiras, para enterrar vítimas do novo coronavírus no cemitério público Nossa Senhora Aparecida.

Por Rebeca Beatriz, G1 AM
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