Por Portal Acrítica
Chuvas podem aumentar ainda mais a COVID-19 no AM, alertam autoridades

As autoridades de saúde do Amazonas esperam um acréscimo ainda maior da quantidade de casos do novo coronavírus para os meses de abril e maio - que corresponde ao período tradicionalmente chuvoso na região amazônica. Entre 13 de março, data do primeiro caso de covid-19 no Estado e o dia 29, são 140 casos confirmados e outros 160 em monitoramento.
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“A gente trabalha com um número expressivo de casos durante o nosso período chuvoso que vai até maio, portanto, esperamos sim que abril e maio nós tenhamos um número bem expressivo de casos, se a população não atender os nossos apelos de evitar aglomerações, de permanecer em casa”, enfatizou Rosemary Pinto, diretora presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM).
Neste cenário, a diretora ressaltou, novamente, como um apelo, a necessidade das pessoas permanecerem em isolamento social para evitar a transmissão do vírus. “O vírus não fica andando por aí. Ele precisa de um ser humano para levá-lo pra lá e pra cá (...) As pessoas precisam entender que elas estão se expondo. Depois elas não vão ter como culpar alguém pelo sistema de saúde, e estou falando do público e do privado, de não atendê-los adequadamente. As recomendações estão sendo dadas”, asseverou. Ontem, as autoridades já haviam revelado um planejamento estrutural para o caso de aumento de ocorrências do novo vírus no Estado.
As recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro, condenando o isolamento social e defendendo que ele aconteça somente entre os grupos de risco, também foi sentido nas ruas de Manaus, de acordo com a diretora da FVS. “Percebemos que houve um impacto muito grande na opinião das pessoas e nós vemos isso com enorme preocupação”, lamentou.
O secretário de Estado de Saúde, Rodrigo Tobias, seguiu a mesma linha de Rosemary e afirmou que não é “razoável” defender o retorno das atividades econômicas, como comércio, ou mesmo qualquer tipo de aglomeração no momento, inclusive carreatas. Um movimento do tipo, marcado para esta segunda-feira. foi proibido pela Justiça. “Isso (o retorno das atividades econômicas) vai acontecer. Nós só pedimos um pouco mais de paciência para interromper essa cadeia de transmissão”.
Uma preocupação externada pelo secretário de Saúde é em relação ao perfil dos pacientes de Manaus. A maioria deles é de pessoas entre 30 e 49 anos, conforme o último boletim técnico divulgado pela FVS-AM. Portanto, fazem parte da população economicamente ativa. “É uma população importante para a arrecadação do Estado, por isso que entendemos que qualquer movimento no sentido de carreatas, de que volte o comércio, sabendo da alta transmissibilidade da doença, temos um indicador de que o vírus pode acometer essas pessoas. Precisamos conversar com o setor econômico para encontrar saídas ao longo do tempo, mas retornar rapidamente pode favorecer uma nova onda de transmissão no Estado”, analisou.