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4ª Marcha das Mulheres Indígenas segue até 8 de agosto em Brasília

Maior encontro de mulheres indígenas do Brasil, ocorre a cada dois anos, em Brasília.

4ª Marcha das Mulheres Indígenas segue até 8 de agosto em Brasília
Foto: Divulgação/Reprodução Instagram Apiboficial

Começou no sábado 2 de agosto a mobilização para a 4ª Marcha das Mulheres Indígenas, maior encontro de mulheres indígenas do Brasil, que ocorre a cada dois anos, em Brasília.

Com programação até 08 de agosto, o evento conta com mesas temáticas, atos públicos e a realização da 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, como destacou a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara. "Essa marcha tem como tema nosso corpo, nosso território, somos guardiões do planeta pela cura da terra, pensando que está chegando também na COP30, que vai acontecer em novembro em Belém do Pará, será a primeira conferência".

Para os organizadores, a marcha ocorre em um momento decisivo, já que o presidente Lula tem até o dia 8 de agosto para sancionar ou vetar o projeto de lei que reduz exigências para o licenciamento ambiental no país.

Conhecido como 'PL da devastação', a nova Lei de Licenciamento Ambiental pode impactar diretamente povos tradicionais por, entre outros, excluir a participação de órgãos como a Funai em projetos que afetam territórios não homologados.

No centro da marcha há também um apelo por direitos iguais para mulheres indígenas em áreas como saúde, educação e oportunidades econômicas, como ressalta Marinete Tukano, coordenadora-geral da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (Umiab). "Neste espaço, vamos trazer denúncias dos atos ocorridos ao longo desses anos dentro dos territórios da Amazônia brasileira, também trazer o fortalecimento da Bancada do Cocá para as mulheres também ocuparem espaço de poder dentro como vereadora, deputado federal, estadual e outros espaços. Também a Bancada do Cocá vai fortalecer e fortalece as mulheres que são lideranças dentro das associações, de organizações mistas para fortalecer a voz da mulher feminina", destacou. 

Jéssica Cabral, indígena do povo Sateré-mawé do Baixo Amazonas, fala que o movimento vai além da união dos povos, mas representa um marco histórico para as demandas dos territórios do Amazonas. "Essa marcha não representa apenas essa união dos povos, mas principalmente um espaço de incidência onde nós conseguimos colocar as demandas territorial, as demandas das especificações dos povos indígenas, especialmente das mulheres, das crianças e da juventude indígenas. Então essa marcha das mulheres representa um marco histórico para nós mulheres, onde tem aproximadamente 7 mil mulheres acampadas aqui", destacou.