A Polícia Civil cumpriu nesta terça-feira (22), o mandado de prisão dos suspeitos de atearem fogo na delegacia e em duas viaturas do município de Barreirinha. No total foram expedidos treze mandados, mas apenas oito pessoas foram encarceradas. Sete foram transferidas para Parintins, onde estão à disposição da Justiça, e uma encontra-se custodiada no hospital de Barreirinha, após passar mal.
[caption id="attachment_11764" align="aligncenter" width="696"] Foto: Jair Carneiro[/caption]
A depredação do prédio ocorreu no último domingo, dia 20, quando um homem suspeito de estuprar e matar uma criança, de pouco mais de um ano, foi preso naquela unidade. Durante o ato, cinco pessoas foram baleadas, e duas vieram a óbito. O delegado da Polícia Civil responsável pela investigação, Adilson Cunha, explicou que os policiais de serviço naquela noite foram acuados dentro da delegacia.
“Dois policiais civis e seis guardas municipais foram encurralados, onde ocorreu do lado de fora para dentro lançamento de coquetel molotov, pedras, paus e disparos de espingarda calibre 12. Foi necessário o revide dos policiais e infelizmente ocorreram duas vítimas fatais. A delegacia hoje não existe mais, está totalmente inoperante e destruída”, comentou.
No dia da depredação, todos os presos da unidade se evadiram. Segundo Cunha, um deles segue foragido. “Aqueles que retornaram estão custodiados no barracão ao lado da delegacia, apenas um segue solto e a partir de hoje é considerado foragido. Todos os presos foram liberados pelos próprios policiais”, disse.
O delegado explicou que os fatos envolvendo a morte de dois cidadãos durante o ato de revolta serão apurados pela Polícia Civil. “Todos os fatos serão apurados, incluindo a depredação do prédio, o ferimento de três e a morte das duas pessoas naquela noite. Tudo isso está dentro do inquérito policial e as responsabilidades serão remetidas a cada um dos envolvidos no fato”, frisou.
A reportagem apurou que a Defensoria Pública do Estado do Amazonas, por meio do Pólo do Baixo Amazonas, irá pedir a liberação dos presos desta terça-feira. Cerca de três advogados de Barreirinha viajaram para Parintins para acompanhar os procedimentos cabíveis.
Conjunção carnal confirma estupro
O suspeito de estuprar e matar a criança na zona rural de Barreirinha segue preso em Parintins. De acordo com a Polícia Civil, também responsável pela investigação do caso, as testemunhas já foram ouvidas e o inquérito está próximo de ser fechado.
[caption id="attachment_11765" align="aligncenter" width="696"] Foto: Reprodução/TV Alvorada[/caption]
O delegado Adilson Cunha comentou sobre o processo de apuração e disse que através de perícia médica foi confirmada a conjunção carnal. “O exame foi claro e ele segue encarcerado. Ele certamente será julgado pelo crime que cometeu”, explicou.
Questionado se a mãe da criança tinha conivência, Cunha explicou que ela alegou ameaças constantes por parte do marido e por isso não denunciou a violação sexual. “O inquérito está aberto e se for comprovado que ela foi omissa na situação, a mãe também vai responder. Mas a princípio ela não foi flagranteada”, destacou.