Notícia do dia 14/05/2020
O dia 14 de maio de 1961 foi dia de muita festa em Parintins, quando a então prelazia via o seu primeiro bispo, Dom Arcângelo Cerqua, ser ordenado para comandar uma das mais importantes igrejas particulares da Igreja Católica Apostólica Romana, na Amazônia.
Em 4 de fevereiro de 1961, através do Papa João XXIII, Padre Cerqua foi nomeado Prelado de Parintins e Bispo Titular de Olbia. Foi sagrado bispo através do Núncio Apostólico no Brasil, Arcebispo Armando Lombardi, e co-consagradores foram o arcebispo de Manaus, Dom João de Souza Lima e o prelado de Macapá, Dom Aristide Piróvano.
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Foto: Arquivo/Alvorada[/caption]
Em sua homenagem a cidade, deu nome à rua da residência episcopal do pastor da igreja católica de Parintins de Boulevard 14 de maio, também pelo fato de estar ao lado do local aonde aconteceu a celebração solene de ordenação.
São 59 anos que se passou esse dia 14 de maio. Mas há quem recorde dessa celebração.
O aposentado, Admilson Pereira Vieira, esteve presente na missa de sagração de Arcângelo Cerqua e participou do coral que cantou a solene celebração. “Nesse dia veio gente de todas as localidades do interior de Parintins e, também, do estado do Pará. Nunca ninguém tinha visto ao tão bonito. Depois que ele foi consagrado a bispo ele ganhou ainda mais respeito do povo, algo que ele já tinha, porque ele sabia conversar e dialogar com todos”, recorda.
Dom Arcângelo participou de todas as quatro sessões do Concílio Vaticano II como um dos pais do concílio. Naturalizou-se brasileiro em 7 de agosto de 1969. Dentro de seu ministério episcopal, foram criadas a Catedral de Nossa Senhora do Carmo, várias escolas, a Rádio Alvorada, Cine Teatro da Paz, Seminário João XXIII, o Hospital Padre Colombo, e diversos projetos sociais e é autor do Hino de Parintins.
Para o professor Flavio Brandão, que foi seminarista, quando Dom Arcângelo boi bispo de Parintins, o pastor católico era um homem que sempre estava na frente.
“Tive uma convivência com Dom Arcângelo, quando fui seminarista, pude perceber que ele era uma pessoas que estava sempre na frente e à frente do seu tempo. Um homem de uma grande sabedoria. Certa vez ele contava que, quando começou a construir o Hospital Padre Colombo, prefeito da época o questionou: ‘Dom Arcângelo, pra que um hospital tão grande?’. Ele respondeu: ‘Meu filho, Parintins vai crescer!’. E realmente, hoje Parintins precisa de mais um Hospital Padre Colombo”, conta.
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Foto: Arquivo/Alvorada[/caption]
O aposentado, Paulo Jorge de Souza, foi uma pessoa bem próxima a Dom Arcângelo, e tem um pouco de história a contar sobre o primeiro bispo de Parintins.
“Morei mais de um ano na casa do bispo, por meio do Irmão Miguel, com quem trabalhei, e pude ver que Dom Arcângelo era um Pai. Tinha preocupação com tudo e com todos, desde crianças, adolescentes e jovens, principalmente a juventude. Por isso ele teve a preocupação de construir escolas – desde os jardins de infância até o Colégio Nossa Senhora do Carmo. Então, ele era um verdadeiro pai”, relata Paulo Jorge, que veio da zona rural, comunidade Sabina do Mamuru, para trabalhar em Parintins e foi acolhido por Dom Arcângelo, na residência episcopal.
Dom Arcângelo realizou obras significativas para Parintins como a construção da Catedral de Nossa Senhora do Carmo, com apoio dos padres do Pime, escolas como Colégio Nossa Senhora do Carmo, Padre Jorge Frezzini, São José Operário, a Rádio Alvorada, o Hospital Padre Colombo e projetos sociais.
Devido à sua saúde, Dom Arcângelo Cerqua, renunciou em 15 de julho de 1989, tornando-se bispo emérito de Parintins. Dom Arcângelo Cerqua faleceu em 16 de fevereiro de 1990, na Itália.
Por: Ednilson Maciel
