Notícia do dia 27/06/2020
No dia 27 de junho de 1970, padre Henrique Uggé (78) foi ordenado sacerdote-missionário do Pime: Pontifício Instituto das Missões Exteriores. A solene celebração ocorreu na cidade de Castiglione d’ADDA, província de Milão, na Itália.
Recém ordenado foi vice-diretor do Seminário do Pime, em Florença (Itália), em seguida enviado a missão à Ilha Tupinambarana, na então prelazia de Parintins; chegou ao Brasil na companhia de Dom Arcângelo Cerqua, no dia 31 de dezembro de 1971.
"Minha vocação veio da leitura das revistas missionárias, e de um mapa
mundi que mostrava os lugares que precisavam ser evangelizados. E, ainda uma pergunta: 'Por que você não se torna padre? Após uma visita a uma exposição missionária. Isso me fez refletir muito sobre a vocação missionária", recorda.
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Arquivo Pessoal[/caption]
Em 1972 assumiu como vigário coadjutor na paróquia de Nossa Senhora do Bom Socorro, em Barreirinha, cujo pároco era o bispo auxiliar emérito de Manaus, Dom Mário Pascoalotto.
Na paróquia de Barreirinha iniciou assistência às aldeias do povo sateré mawé, localizadas nos Rio Andirá (Barreirinha) e no Marau (Maués).
Na década de 70 e 80, padre Henrique Uggé, desenvolveu entre os indígenas um trabalha de integração, fortalecimento do estudo e a cultura dos Sateré Mawé.
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Arquivo Pessoal[/caption]
Em 1984 incentivou a implantação da Escola Agrícola São Pedro, com apoio dos tuxauas, no dia 29 de junho de 1986.
Por determinação do bispo dom João Rizzati, em maio de 1990, padre Henrique veio para Parintins, onde atuou com a Pastoral da Comunicação (Pascom), além de trabalhar na coordenação de programação do Sistema Alvorada de Comunicação, onde fundou o impresso Jornal Novo Horizonte.
Ainda em Parintins foi nomeado vigário geral da diocese, por meio do Pime, foi eleito, também, superior regional, depois retomou os trabalhos juntos aos indígenas, no Rio Andirá.
Portanto, desses 50 anos de sacerdócio, mais de 40 anos dedicados à diocese de Parintins, o bispo desta igreja local, Dom Giuliano Frigeni, fala sobre o missionário, padre Henrique Uggé.
“O importante é que há 50 anos, padre Henrique Uggé, se identificou com a missão. Por vários anos, dedicou sua missão junto aos índios, no Marau (Maués), mas, sobretudo, no Andirá (Barreirinha). São 50 anos de muitas batalha e muitas vitórias. Muito obrigado, padre Henrique”, ressalta o bispo diocesano de Parintins, Dom Giuliano Frigeni.
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Arquivo Pessoal[/caption]
Realidade missionária
"Primeiros anos de missão, em 1972, no município de Barreirinha, logo vistei Ponta Alegre, na área indígena. Ali vi a realidade missionária. Visita às comunidades de Barreirinha, Boa Vista do Ramos e as de várzeas". Uma missão itinerante. Não tinha comunicação. Mas eu ia às comunidades, e rezava terço em latim. Lembro que o povo dizia que fazia 40 anos que um padre não as visitava. E o primeiro impacto entre os indígenas foi eles terem reconhecido que eu era padre, eles viram em minha maleta um terço e o cálice. Ao verem essas coisas disseram: 'Verdade. Nossos velhos contaram que os padres tinham terço e cálice'. Essa parte me marcou", comenta.
