A 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente começa nesta terça-feira, 6 de maio, em Brasília, para debater com a população políticas públicas ambientais e de enfrentamento às mudanças climáticas. O espaço de diálogo social é retomado após quase 12 anos da última edição em 2013. As informações são da Agência Brasil.
Com o tema Emergência Climática e o Desafio da Transformação Ecológica, a conferência foi organizada em cinco eixos: Mitigação; Adaptação e Preparação para Desastres; Justiça Climática; Transformação Ecológica; e Governança e Educação Ambiental.
De acordo com o superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, após 11 anos sem a realização de um espaço de diálogo direto entre sociedade e governo sobre meio ambiente, o Ministério do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas (MMA) promoveu uma intensa mobilização nacional para a organização das Conferências Municipais, Intermunicipais, Estaduais e Livres.
“Para os amazonenses, essa discussão é fundamental, diante dos desafios impostos pela imensidão territorial do estado e os impactos severos das secas e cheias cada vez mais intensas”, comentou.
A força da mobilização ambientalista
Apesar da ausência de conferências nos últimos anos, a sociedade civil se organizou de forma expressiva. Diversas Conferências Livres foram realizadas por entidades ambientalistas, e o Amazonas enviará 26 delegados para representar os interesses locais. Nacionalmente, serão 282 delegados advindos dessas conferências, o que significa que quase 10% deles vêm do Amazonas — um estado que representa apenas 2% da população brasileira.
Amazonas: resistência e protagonismo
O Amazonas demonstrou força e determinação na realização das Conferências Municipais e Livres. Joel Araújo reforçou a importância da mobilização coletiva. “Mais do que nunca, é essencial que nos unamos para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas. Em 2023, sentimos na pele os impactos devastadores: Manaus foi sufocada pela fumaça, a estiagem castigou todo o estado e testemunhamos cenas dolorosas, como a mortandade de botos. Precisamos agir com urgência, pois o futuro da nossa terra depende da mobilização e do compromisso de todos”.
Representatividade e diversidade de movimentos
A delegação do Amazonas nas Conferências Livres é amplamente composta por representantes do Movimento Social, revelando uma mobilização robusta da sociedade civil. Os delegados representam diversas frentes de luta:
- Movimentos ambientais, como Fórum das Águas e Juntos Pelo Igarapé do Gigante, focados na preservação dos ecossistemas locais.
- Grupos ligados à moradia, como Assolom e o Movimento de Mulheres por Moradia, que associam a questão ambiental às políticas urbanas.
- Movimentos de mulheres, reforçando o protagonismo feminino na defesa dos direitos ambientais e sociais.
- Coletivos juvenis, como Engajamundo, indicando o crescente engajamento da juventude nos debates sobre sustentabilidade.
A diversidade dos delegados e suas áreas de atuação reforçam a importância da participação popular na formulação de políticas ambientais. Com essa mobilização, o Amazonas se coloca como um dos estados-chave no debate nacional sobre meio ambiente e mudanças climáticas.
Para Joel Araújo, a 5ª Conferência Nacional de Meio Ambiente representa um marco na retomada das discussões ambientais no Brasil. “A expressiva participação da sociedade civil e a mobilização do Amazonas demonstram que a população está pronta para enfrentar os desafios climáticos e exigir políticas efetivas que garantam um futuro mais sustentável e justo para todos”, concluiu o superintendente.