Afetados pela estiagem severa que atinge o estado do Amazonas, pescadores e ribeirinhos lutam contra a fome, sede e a escuridão há mais de 2 meses, no Igarapé do Parananema, em Parintins. As famílias alegam que se sentem abandonadas pelas autoridades.
Onde antes era coberto de água e havia abundância de peixes e vegetação, hoje, é composta por quilômetros de barro seco e apenas um estreito canal de rio que deixou mais de 30 embarcações encalhadas, eles relatam ainda que já sentem alguns sintomas de desnutrição.
O único vestígio de água que ainda permanece não serve para o banho diário nem para saciar a sede.
Há 2 anos o senhor Manuel de Azevedo, vítima de estelionato, veio a Parintins comprar um motor para seu barco, mas foi enganado, desde então retorna para sua casa em uma canoa, correndo risco de naufrágio. Ele relata que com a seca severa as dificuldades só aumentaram.
“Não posso nem sair daqui da beirada, o barco não tem máquina. Estou sem dinheiro pra comprar o alimento, o peixe e outras coisas que a gente gasta aqui no barco. Graças que tem pessoas que chegam e dar de bom coração uma comidinha, uma água pra gente beber, pra tomar banho”, disse indignado o senhor Manuel.
Com a expectativa de alguma ajuda, Rosaria Belém, mulher de Manuel, fala que infelizmente passará mais um Natal sem poder celebrar junto a sua família, na comunidade do Maranhão.
Raimundo Menezes, que está com a embarcação encalhada, relata que veio a Parintins para receber o auxílio do idoso, e acabou parado e sem recurso.
“Porque nem todas as pessoas sabem que nós temos ‘preso’ por aqui. Nesse exato momento, até que nós precisávamos do recurso de alguém. Eu vou sair, vou já ali com o prefeito, com o vereador, com o fulano de tal pedir um apoio, mas se aparecesse isso, será bem-vindo”.
Com intuito de ajudar essas pessoas afetadas pela estiagem, os interessados podem entrar em contato pelo número (92) 99236-9632, para doações de alimentos, objetos entre outros.