Missa de agradecimento a dom Giuliano Frigeni é marcada por emoção
O italiano Giuliano Frigeni esteve à frente da Diocese de Parintins por 23 anos.

"Gratidão e emoção” foram as palavras que definiram a noite de sexta-feira, 10 de fevereiro. Uma missa de agradecimento ao bispo emérito, dom Giuliano Frigeni, foi celebrada na Catedral de Nossa Senhora do Carmo, que ficou lotada de fiéis leigos, sacerdotes e religiosos dos municípios de Parintins, Nhamundá, Maués, Barreirinha e Boa Vista do Ramos, e de outras cidades brasileiras.
A missa de agradecimento marca o encerramento do governo episcopal de dom Giuliano e coroa de forma triunfante o trabalho dos missionários do Pontifício Instituto das Missões Exteriores (Pime) que, por décadas, contribuíram com o desenvolvimento da cidade de Parintins nos âmbitos da educação, social, política, saúde e religião.
Para Dom Giuliano o fruto do trabalho dos missionários que o antecederam, e que ele buscou dar continuidade, só foi possível graças a dedicação dos leigos e religiosos parintinenses.
“Aquilo que a gente pode fazer nesses anos de trabalho como bispo, sem os leigos, os seminaristas, os padres, os diáconos e as obras que os padres antes de mim iniciaram e que nós ajudamos a continuar, desde o hospital, a rádio, os centros educativos, tudo isso só foi possível porque as pessoas já haviam sido tocadas por uma graça que dizia para eles “vale a pena doar a própria vida, servindo a comunidade, a sociedade, certas categorias de pessoas necessitadas de maneira particular com a saúde, com a surdez. Espero que nestes quase 14 de século possa deixar uma marca em mim e em cada pessoa que se dedicou”, destaca o bispo emérito.
Padre Rui Canto, primeiro padre diocesano a ser ordenado por Dom Giuliano, agradece ao bispo emérito pelos anos dedicados à Igreja de Parintins.
“A palavra de hoje é Gratidão por tanto, por tudo e por muito, porque tem muita história nesses 8.710 dias de Dom Giuliano entre nós e conosco. A gente tem, de fato, no coração esse sentimento da gratidão a Deus pela vida dele, pelo que ele é e, certamente, pelo que fez pela nossa diocese. Eu, particularmente, tenho muito a agradecer a Dom Giuliano por ter sido o primeiro padre diocesano ordenado por ele aqui do grupo de padres, que foram ordenados depois pelo mesmo. Enfim, tem todo o comprometimento, uma cumplicidade também do nosso serviço pastoral e nossa amizade. Tenho muita alegria em dizer: Muito obrigado, Dom Giuliano”, afirma Padre Rui.
Naudilene Jacauna, gestora do Centro Educativo Nossa Senhora das Graças, agradece a Dom Giuliano pela dedicação à casa de formação de crianças e adolescentes.
“Só resta a gente agradecer a Dom Giuliano por toda a dedicação que ele teve todos esses anos com o centro. Ele foi aquele que abraçou essa obra e cuidou com muito zelo e dedicação. O Centro Educativo é aquele lugar que, assim como toda a Diocese, ele deu a vida. Pedimos que Deus o abençoe, proteja e zele pela saúde dele para que continue nos ajudando a conduzir essa obra que tem uma grande importância para a sociedade”, ressalta a gestora.
Outra instituição que recebeu a atenção do bispo emérito foi a Casa de Acolhida, no Bairro de Santa Rita de Cássia. A professora de artes, Edilene Pimentel, agradece a Dom Giuliano.
“Primeiramente quero agradecer a Deus pela oportunidade de ter conhecido Dom Giuliano, e conhece-lo ainda mais porque estamos caminhando dentro de uma pastoral, de uma comunidade e, principalmente, agora dentro da Associação Dom Gino Malvestio, que abraça três projetos de dentro da diocese para caminharmos juntos. Gostaria de dizer a ele que estamos juntos e iremos caminhar com a luz de Nossa Senhora e o bom Jesus a nossa frente. Dom Giuliano abraçou a Casa de Acolhida, logo após a viagem de Padre Benito à Itália, nos ajudando a levar em frente esse lindo projeto”, explica a professora de artes.
Dom Giuliano Frigeni informou que vai permanecer na Diocese de Parintins para auxiliar nos trabalhos pastorais de Dom José Albuquerque.
“Minha nova função é ser amigo desse novo bispo que chega no momento, porque Dom José vai assumir um trabalho muito difícil, onde ele terá que acompanhar o caminho para que tudo seja conduzido da melhor maneira possível dentro da Igreja”, ressalta Dom Giuliano.
Biografia
Giuliano nasceu em 1º julho de 1947, em Bérgamo, Itália. Entrou para o Pontifício Instituto das Missões Exteriores (Pime) onde cursou Filosofia e Teologia. Recebeu o primeiro grau da Ordem, o Diaconato, em 7 de dezembro de 1974. No ano seguinte, foi ordenado sacerdote em Milão, no dia 10 de maio, pela imposição das mãos de dom Aristides Pirovano.
Nomeado em 20 de janeiro de 1999 pelo Papa São João Paulo II para ser bispo de Parintins, Frigeni escolheu para sua caminhada episcopal o lema “Tam Pater Nemo (Ninguém é tão Pai)”. Foi consagrado em 19 de março de 1999, na Catedral Metropolitana de Manaus, pelo Núncio Apostólico no Brasil, Dom Alfio Rapisarda, e pelos consagrantes Dom Luiz Soares Vieira, arcebispo de Manaus, e Dom Filippo Santoro, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Na Catedral de Nossa Senhora do Carmo, Dom Giuliano Frigeni tomou posse como bispo da Diocese de Parintins, em 25 de março de 1999, tendo como consagrantes os bispos Carillo Gritti (1942-2016) e Carlos Pedro Zilli (1954-2021).
Durante 23 anos, o bispo bergamasco buscou dar continuidade ao trabalho de seus predecessores e colaboradores, preparando o limiar de um novo tempo para a Diocese de Parintins formando padres autóctones, como desejou a Sua Santidade, o Papa Francisco, uma Igreja com um rosto amazônico.
Em 2022, Dom Giuliano apresentou seu pedido de renúncia ao Papa Francisco, que nomeou Dom José Albuquerque de Araújo como quinto bispo diocesano de Parintins.
Revisão: Gabriela Fonseca
Fotos: João Carlos Moraes