O universo do Boi-Bumbá amanheceu mais silencioso nesta segunda-feira, 5 de maio, com a partida de um de seus maiores nomes. Raimundinho Dutra, compositor emblemático do Boi Caprichoso, faleceu na tarde de domingo, 4, aos 94 anos, deixando um legado imortal na história da cultura popular amazonense.
Compositor de clássicos que embalaram gerações de torcedores azulados, Raimundinho foi responsável por toadas que marcaram época, como “Aquarela do Touro Negro”, “Meu Cântico de Guerra”, “Mocidade” e “Solo Amado”. Sua arte, feita de versos fortes e melodias emocionantes, foi fundamental para construir a identidade musical do Boi Caprichoso.
Em nota de pesar, o Boi Caprichoso exaltou a importância do artista:
“Foi ao som de suas composições que o Boi Caprichoso ganhou vida nas ruas de Parintins, nos primórdios desta manifestação popular que hoje encanta o mundo. Sua contribuição para a preservação e valorização da nossa cultura é imensurável, e seu legado permanecerá vivo na memória de todos os azulados.”
Como forma de homenagem, a agremiação decretou luto oficial de três dias, em reconhecimento à grandiosidade de Raimundinho e à marca indelével que ele deixa na história do festival e da cultura do Amazonas.
Figura respeitada e querida em Parintins, Raimundinho Dutra será lembrado como um dos pilares da musicalidade que fez do Festival de Parintins um fenômeno cultural internacional. Sua partida representa o fim de uma era, mas suas toadas continuarão ecoando nos corações azulados.
- Por Samuel Vieira