“O povo Ka’apor pediu para nossa Comissão e para a Igreja em geral que pudéssemos tomar consciência de sua realidade, ver e escutar as suas palavras, se dar conta dos sofrimentos e das preocupações e por fim dar ressonância pelo Brasil afora do que está acontecendo com os Ka’apor. Vida e dignidade não podem ser trocadas por dinheiro. Encontramos duas realidades, uma de defesa da vida e da floresta e outra de destruição e morte da vida e da floresta”, conclui dom Marchesi. O coordenador da colegiada do Conselho Indigenista Missionário do Maranhão (Cimi-MA), Gilderlan Rodrigues, lembra que nessa luta de defesa e proteção dos territórios os Ka’apor são criminalizados e deslegitimados. “É um trabalho que busca o autogoverno, que visa integrar a questão da saúde, da educação, como forma interligada de conexão com o território”. Aliança entre Igreja e povo Ka’apor O assessor da CEEM-CNBB, padre Dário Bossi, afirma que a missão continua, depois da visita, com o compromisso e uma aliança selada pela Igreja junto ao povo Ka’apor, a partir do pedido de colaboração deles, primeiramente dando visibilidade às denúncias deste povo e reforçar suas reivindicações junto ao Ministério Público Federal do Maranhão. Padre Dário ressalta que um relatório detalhado da visita está sendo preparado, como insumo para outras ações de incidência política, com particular destaque na luta contra a impunidade frente às ameaças e às mortes que o povo Ka’apor sofre. “Neste sentido, membros da missão confirmaram sua participação na próxima Marcha da Floresta, prevista em 2024 para honrar a memória do líder indígena Sarapó”. por: CNBB“Essas empresas, muitas vezes, atuam sem nenhuma autorização, isso fragiliza ainda mais a reação e resistência dos povos. Essas ações, além de provocar a devastação, promovem a divisão nessas comunidades, por meio de privilégios e favores; isso cria conflito de interesses”, descreve dom Gabriel.