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Igreja chama atenção da sociedade e denuncia o tráfico de pessoas

As vítimas são exploradas para fins de trabalho forçado, exploração sexual, remoção de órgãos, adoção ilegal, entre outros

Notícia do dia 09/02/2024 A Igreja Católica celebrou nesta quinta-feira, 8 de fevereiro, o dia Mundial de Oração e Reflexão contra o tráfico de pessoas, instituído em 2014 pelo Papa Francisco. A data é mesma em que se faz memória litúrgica de santa Josefina Bakhita, religiosa sudanesa que, quando menina, foi vítima de tráfico humano. Há exatos dez anos, a Igreja, por meio do Santo Padre, chama a atenção da sociedade para orar, refletir e denunciar esse crime que tem como principais alvos às mulheres e crianças. As vítimas são exploradas para fins de trabalho forçado, exploração sexual, remoção de órgãos, adoção ilegal, entre outros. A 10ª edição dá continuidade ao tema de 2023, reforçando a reflexão e incentivando para que todos continuem a “Caminhar com dignidade: Escutar, Sonhar e Agir”, destaca a integrante da Rede Um grito pela Vida, Irmã Rose Bertoldo.
“A Igreja Católica convida a sociedade para dedicar o momento de oração e reflexão contra o tráfico de pessoas. Escutar os apelos das mulheres, homens, juventudes, crianças e adolescentes que sofrem o flagelo da mercantilização da vida”, disse.
Dados de 2023 apontam que o Tráfico de Pessoas é a terceira atividade ilegal mais lucrativa do mundo e 70% das vítimas são mulheres e crianças. A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que os mais pobres são os mais afetados, sobretudo os povos que sofrem conflitos e desastres ambientais. Através deste dia, as comunidades em todo o mundo são encorajadas a se unir em oração e reflexão, bem como tomar medidas concretas para prevenir o tráfico de pessoas e proteger as vítimas, explica o presidente da Comissão de Enfrentamento ao Tráfico Humano (CEETH), Dom Adilson Pedro Busin.
“Nós participamos como igreja na oração, mas também no agir. Portanto, participe na sua comunidade para rezar para o fim do flagelo do tráfico de pessoas em nosso mundo de hoje também”, ressaltou.
Os criminosos têm usado cada vez mais as redes sociais como meio para aliciar menores, alerta padre Luiz Miguel Modino, assessor de comunicação do Regional Norte 1 da CNBB.
“Somos chamados a refletir sobre essa realidade, o que tem que nos levar a nos perguntarmos até que ponto nos indigna esse tipo de situações, até que pontos somos tocados pelo sofrimento das vítimas do tráfico de pessoas, tratadas como mercadoria por grupos criminosos que buscam o lucro desprezando a vida das vítimas”.
Padre Luiz Miguel Modino ainda ressalta que, muitas das vítimas do tráfico de pessoas são mulheres que sofrem a exploração sexual, muitas vezes vítimas de enganos. E que as redes sociais têm se tornado espaços de alisamento, sendo as adolescentes e jovens os alvos principais das redes de tráfico de pessoas.
“Essa realidade tem que nos levar a redobrar os esforços para poder ajudar as vítimas potenciais”, completou.