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Catedral de Parintins adota medida de proteção da imagem tricentenária de Nossa Senhora do Carmo

Catedral de Parintins adota medida de proteção da imagem tricentenária de Nossa Senhora do Carmo Notícia do dia 10/07/2024

O pároco da Catedral, padre Dorival Nascimento, esclareceu em entrevista a colocação de grades em torno do presbitério (o altar) e da imagem de Nossa Senhora do Carmo. Segundo o padre, a medida foi tomada por motivos de segurança e organização da Festa, considerada a maior manifestação religiosa do Amazonas.

Em 2020 e 2021, no contexto da pandemia de Covid-19, a paróquia já havia utilizado o gradil como medida prevenção à doença. Mas em 2022 e 2023, o uso foi suspenso.

Este ano, conforme explica padre Dorival, o retorno dos gradis em torno do presbitério (o altar) e da imagem da Santa, visa a melhor organização da Festa, a exemplo das grandes festas mariana como a de Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo.

“Essa questão dos gradis não é novidade na igreja. Se você vai à Aparecida do Norte, lá já tem esses gradis. Talvez as pessoas que nunca puderam estar nesse lugar, elas não tenham esse conhecimento. E por isso que nós fizemos isso aqui, para que a gente possa ir aos poucos dando essa organização, mostrar para o Brasil que aqui em Parintins, não existe só o festival, mas também existe uma festa de Nossa Senhora do Carmo que é organizada”, disse.

A imagem de Nossa Senhora do Carmo, pertencente da Diocese de Parintins, chegou na região, por volta dos anos de 1723, através dos missionários carmelitas, uma vez que a Santa era padroeira da ordem Carmelita. A obra é confeccionada em madeira estilo Barroco (final do século XVI e meados do século XVII).

A colocação das grades gerou controvérsia entre alguns fiéis, que alegam que a medida impede que as pessoas se aproximem da imagem e toquem nela. No entanto, o padre Dorival Nascimento disse que a medida não visa impedir a devoção dos fiéis, mas garantir a preservação da imagem.

“A nossa imagem é uma imagem histórica. Alguns dizem que ela tem mais de 300 anos, não temos ainda um estudo para que possamos realmente dizer isso. Então é uma imagem que não pode ser tocada. E lembramos que em Aparecida do Norte, a imagem fica num nicho bem alto, ninguém pode tocar. E aos poucos vamos aprendendo que a fé deve superar o tato, para que o nosso olhar contemplativo se torne oração”, completou.
Foto: Soraia Castro

O padre também aproveitou a oportunidade para pedir a colaboração da comunidade na preservação da imagem da padroeira dos parintinense que é um patrimônio histórico.