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Dia do Gari: Trabalhadores relatam o orgulho e riscos da profissão

Dia do Gari: Trabalhadores relatam o orgulho e riscos da profissão
“Eu saio quatro e meia da manhã, pra chegar cinco horas em ponto, até nove da manhã. Aí, das três às cinco, é todo dia, é domingo a domingo. E eu gosto do meu trabalho de gari na rua”, seo José Walter. “É uma aventura ser gari porque a gente sai quatro horas da manhã, deixando nossa família lá. A gente se pega com Deus, porque quando a gente vem pro trabalho, não sabemos se ainda vamos voltar pra casa, os perigos são muitos, principalmente pra nós mulheres, de madrugada”, dona Dilcicleia Oliveira. Esses são os relatos de Seo José Walter e dona Dilcleia Oliveira, que apesar da rotina árdua, exercem com alegria a limpeza das ruas de Parintins, diariamente, por meio da função de gari. Nesta quinta-feira, 16 de maio, Dia do Gari, comemorado em todo o Brasil, será mais um dia comum para esses trabalhadores. Há 25 anos Seo José Walter de 53 anos, cuida da limpeza da cidade. As 4h da manhã ele sai de bike, do bairro Itaúna 1, faça chuva ou sol, rumo ao centro da cidade para mais um dia de trabalho. [caption id="attachment_43262" align="aligncenter" width="574"] Seo José Walter em mais um dia de trabalho[/caption] Mas nem sempre o dia termina bem para esses trabalhadores, por conta dos ricos da profissão, como assegura José Walter, que já foi vítima de acidente enquanto trabalhava.
“Isso era umas 6h30 da manhã, a moto pegou por trás, eu caí uns quatro metros lá no meio da rua, me levaram pro hospital. Passei uma semana sem trabalhar, mas graças a Deus eu venci. Então, estou aqui, mas é muito arriscado esse trabalho, tem uns que respeitam e outros não”, afirma José Walter.
[caption id="attachment_43263" align="aligncenter" width="574"] Em pé, Dilcicleia Oliveira acompanhada de sua colega de trabalho[/caption] Moradora do bairro da União Dona Dilcicleia Oliveira também ela relata um susto que levou ao sair para mais um dia de labuta.
“Uma vez eu vinha lá de casa sozinha, e um cara me chamou e mostrou uma arma pra mim. Eu não sei se ele queria me roubar ou fazer algo, mas eu chamei o vigia, aí ele viu que o vigia vinha e voltou, é ‘sacrificoso’ por causa que os perigos são muitos, principalmente pra nós mulheres de madrugada”, diz.
Apesar dos sacrifícios, seo José Walter acredita que sem a função do gari a cidade não seria limpa, e sente orgulho em exercer o trabalho. Dilcicleia Oliveira almeja uma velhice tranquila, com a certeza de dever cumprido em ajudar sua cidade e suas colegas de profissão. Fotos: Adair Rodrigues