Quando foi consagrado bispo da Diocese de Parintins, no dia 19 de março de 1999, Dom Giuliano Frigeni teria como grande instrumento de evangelização o Sistema Alvorada de Comunicação, na época composto pela TV Alvorada, as emissoras de rádio AM 1380, FM 100.1, OT 1360, esta última desativada em função da nova legislação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Dom Giuliano também teve à sua disposição um veículo impresso. O Novo Horizonte, editado desde o ano de 1994, mas que deixou de circular devido o advento da internet, que inseriu os veículos na forma digital.
A mensagem pastoral do quarto bispo da Diocese chegava também para mais quatro Paróquias, nos municípios de Nhamundá (Nossa Senhora da Assunção), Barreirinha (Nossa Senhora do Bom Socorro), Boa Vista do Ramos (Nossa Senhora Aparecida) e Maués (Nossa Senhora da Conceição).
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Foto: Reprodução[/caption]
No decorrer do seu episcopado, a comunicação foi sendo ampliada, primeiro com inserção da internet e suas várias formas de propagar a informação sobre a atuação da Igreja Católica nesta imensa região amazônica.
Com a internet, por meio das redes sociais, Facebook e WhatsApp, Dom Giuliano ganha uma grande aliada para amplificar a abrangência de sua liderança pastoral, para que mais pessoas pudessem acompanhar as mensagens do Evangelho.
Essas novas ferramentas tecnológicas foram bem assimiladas pelo bispo que demonstra ficar bem à vontade para interagir com o seu pastoreio.
Recentemente a Igreja Católica local incorporou à sua gestão de comunicação a mais nova emissora de rádio. Trata-se da Rádio Saterê Ty, localizada na área indígena do Andirá onde está a Escola Agrícola São Pedro.
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Foto: João Carlos[/caption]
Na grade de programação da emissora indígena, de inspiração cristã, foram inseridos os programas noticiosos da Alvorada e a mensagem pastoral, veiculada todos os domingos, todos veiculados nos respectivos horários.
23 anos da Consagração e a experiência como comunicador
Uma das responsabilidades no início do episcopado de Dom Giuliano Frigeni era utilizar os instrumentos de comunicação, criados pela Diocese, por Dom Arcângelo Cerqua, em 1º de outubro de 1967.
O bispo comenta que, as redes sociais com os seus vários formatos digitais, foram uma grande aliada para propagar a mensagem da Igreja durante a pandemia.
De acordo com o religioso, pelas novas ferramentas digitais os padres participam de reuniões virtuais, discutem assuntos importantes, participam de cursos de formação, cursos para leigos, servem para transmitir as celebrações religiosas, procissões, festividades, ordenações e também está a serviço da catequese.
“Os meios da comunicação para nós são ligados a liturgia, a fatos que nos educam a viver a fé. Agora também acompanham o momento da cultura, do festival folclórico, das pastorinhas e tantos outros momentos culturais. No envolvimento com a Casa de Acolhida e com o Centro Nossa Senhora das Graças”, comentou.
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Foto: Vinicius Lima[/caption]
Dom Giuliano afirma que, ao utilizar os veículos de comunicação social da Diocese, procurou seguir um modelo criado pelo seu antecessor, Dom Arcângelo Cerqua, pois este fazia bom uso diariamente dos importantes instrumentos midiáticos.
Ao destacar os 23 anos como líder católico e sua experiência com a Televisão e com o Rádio, o bispo faz questão de destacar que recebeu a orientação da ex-diretora do Sistema Alvorada para poder propagar sua mensagem.
Dona Raimunda Ribeiro, que dedicou 48 anos à Rádio Alvorada, foi responsável pela ‘educação’ do bispo aos meios de comunicação, visto que tinha pouca experiência com o sistema de rádio e TV.
Ela teria dito para o sacerdote que não falasse em demasia, mas falasse corretamente e que deixasse o povo ouvir a voz do pastor ou em momentos particulares, que aceitasse ser entrevistado na televisão, na rádio e também pudesse participar de debates sobre o cotidiano da cidade.
“Isso significa que este instrumento era algo vivo dentro do coração de Arcângelo e de quem ele convidou para trabalhar, pedindo para dona Raimunda de deixar qualquer outro projeto de vida”, comentou.
Dom Giuliano ressalta que, para utilizar os veículos de comunicação da Diocese de Parintins e suas formas de se comunicar teve que aprender ‘na marra’, pois não passou por nenhum curso específico de jornalismo.
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Foto: Reprodução[/caption]
Mas, o bispo reconhece que Dom Arcângelo procurou investir na formação dos precursores do Sistema Alvorada, o grande alicerce para a propagação do Evangelho.
“A Rádio Alvorada e os meios de comunicação se tornaram grandes aliados na vida dessa nossa Diocese que tem seus pregadores os padres, os catequistas, os diáconos. A rádio tem uma força, tem um alcance muito grande”, destaca, inclusive essa dimensão das emissoras de rádio do Sistema Alvorada na região é percebido quando vai à área rural e tem a empatia da população.
Agradecimentos aos seus antecessores
Nesses 23 anos, com certeza os instrumentos de comunicação pertencentes à Igreja Católica local foram importantes para o seu trabalho à frente de uma das maiores dioceses do Regional Norte 1 da CNBB. Ele é grato aos seus antecessores pelos esforços em criar tamanha estrutura em diversas áreas que vão desde saúde, educação e comunicação.
“Agradeço muito essa iniciativa dos meus amigos do Pime que criaram, além da rádio, muitas outras estruturas educativas, formativas, escolas, centros, igrejas, a catedral mesmo. Em fim, vamos agradecer a Deus por ter tão bem esses instrumentos, apesar dos limites da maneira com que a gente ajudou aqui”, destaca.
Dom Giuliano lembrou de Altair Costa, funcionário do Sistema Alvorada que morreu vítima da Covid-19, em 2020, e que dedicou mais de 20 anos de serviço às emissoras católicas. O cinegrafista era quem gravava a mensagem pastoral para a televisão que também era veiculada nas emissoras de rádio do Sistema Alvorada.
“Ele era não somente um cinegrafista, mas era uma pessoa que percebia claramente quando as coisas que eu falava eram compreensíveis ou inúteis. Foi um grande amigo, um colaborador”, completou.
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Foto: Reprodução[/caption]
Consagração episcopal
O então padre Giuliano Frigeni foi nomeado pelo Papa João Paulo II bispo para Parintins em 20 de janeiro de 1999. A ordenação episcopal ocorreu no dia 19 de março do mesmo ano, na Catedral Metropolitana de Manaus, Nossa Senhora Imaculada Conceição por Dom Alfio Rapisarda, núncio apostólico no Brasil.
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Foto: Arquivo Alvorada[/caption]
Os consagrantes foram Dom Luiz Soares Vieira, arcebispo de Manaus, e Dom Filippo Santoro, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Dom Giuliano tomou posse da Diocese de Parintins em 25 de março de 1999, na Catedral de Nossa Senhora do Carmo. Foi consagrante dos bispos Carillo Gritti e Carlos Pedro Zilli.
Por Neudson Corrêa, Marcos Felipe Rodrigues e João Carlos Moraes
