Durante o 8º dia do novenário de Nossa Senhora do Carmo, neste 15º Domingo do Tempo Comum, o bispo Dom José Albuquerque de Araújo destacou a importância da caridade e da compaixão, conectando os 70 anos de evangelização da Diocese de Parintins ao lema “Maria, Mãe da esperança”. A celebração coincide com o Ano Santo, um jubileu que marca sete décadas desde a chegada dos primeiros missionários à região.
Dom José relembrou o papel fundamental da diocese e seus missionários na fundação de comunidades e no desenvolvimento social de Parintins e cidades do Baixo Amazonas. "Foi a Diocese de Parintins, por meio dos seus missionários, que iniciou a construção de escolas, creches, hospitais, centros sociais, juntamente com as igrejas. Então nós temos uma história muito bonita, na qual queremos celebrar neste ano".
O Bispo enfatizou a figura de Maria como um pilar da fé e um exemplo a ser seguido. "Estamos aqui porque somos amados de Deus. Ele nos reúne para fortalecer a nossa fé, para que possamos, olhando para a imagem de Nossa Senhora, aprender com ela, que o sentido da nossa vida, a fonte da verdadeira felicidade, a resposta de todos os problemas está naquele que ela carrega no colo".
Dom José convidou os fiéis a refletirem sobre as palavras de Maria nas escrituras, mesmo que poucas, mas consideradas profundas. Citando a resposta de Maria ao anúncio do anjo (“Eis aqui a serva do Senhor, faça-se à tua vontade”) e sua instrução nas Bodas de Caná (“Façam tudo o que Ele vos disser”), o Bispo sublinhou que a oração diária e a prática dos ensinamentos de Jesus são o caminho para a paz e o sentido da vida.
Em sua reflexão, o pastor católico, ainda, se aprofundou no conceito do “próximo”, utilizando a parábola do Bom Samaritano para ilustrar a verdadeira caridade. Dom José destacou a atitude do samaritano, que não se importou com normas da época, com aquela rigidez da lei, mas agiu com misericórdia.
"Jesus usa o exemplo do samaritano que não só viu aquele homem ferido, quase morto, mas ele viu e sentiu compaixão. E aí a gente percebe, aquele samaritano não se importou com aquelas normas, com aquela rigidez da lei, o ensinamento para nós hoje, fazer o bem para aqueles que cruzam o nosso caminho. Então quem é o nosso próximo? O próximo, segundo as Escrituras, segundo o ensinamento que Jesus nos deixou, é aquele que cruza o nosso caminho, que precisa da nossa ajuda, da nossa compaixão, da nossa solidariedade", salientou.
Dom José concluiu sua reflexão enfatizando que o próximo não se limita a parentes ou amigos, mas a qualquer um que precise de ajuda. "Pela fé, nós nos tornamos irmãos e pela fé, precisamos cuidar uns dos outros, precisamos sempre estar atentos àqueles que precisam da nossa compaixão, de gestos concretos, porque a fé, para ser verdadeira e autêntica, ela precisa ser traduzida nestas ações concretas".
- Por João Carlos Moraes - Alvorada Parintins