Atualmente com 86 anos e mais de quatro décadas dedicados à Rádio Alvorada de Parintins. Parintinense, foi a primeira mulher a comandar aquela que se tornaria a Rádio pioneira na comunicação não só da pacata cidade de Parintins, em meados de 1967, mas do Baixo Amazonas.
Foram 48 anos divididos por conquistas, dificuldades e aprendizagens. Assim foi o legado de dona Raimunda Ribeiro da Silva, após aceitar o desafio proposto por Dom Arcângelo Cérqua, em assumir a primeira direção da Rádio Alvorada de Parintins, fundada em 1967.
"Dom Arcângelo disse - Olha, Raimunda, eu vou inaugurar a Rádio e gostaria que você fosse a diretora - então eu respondi que nunca havia trabalhado em rádio. Em resposta a isso ele me pediu e eu fiz diversos cursos em Belém, Manaus e Rio de Janeiro. Graças a Deus deu tudo certo, fiquei todos esses anos, apesar do inicio ter sido difícil por conta da Ditadura Militar", disse a ex-diretora.
Raimunda Ribeiro comenta sobre preconceito e o cuidado com a informação em meio a ditadura militar, período que ocorreu no Brasil entre os anos de 1964 e 1985.
"Todo mundo me dava a maior atenção, diziam que eu era muito competente, mas só Deus sabe como eu me esforçava para que tudo estivesse em ordem. Graças a Deus nunca percebi nenhum tipo de preconceito. Naquele tempo era uma fiscalização severa, por conta da Ditadura, então eles vinham fiscalizar a Rádio já pensando em encontrar algo", salientou.
A pouca verba para contratar profissionais, a falta de capacitação na região, foram alguns desafios pontuados por dona Raimunda, no início da implantação da Rádio Alvorada, mas com o esforço da pequena equipe, o percurso foi consolidado.
Fazer o que gosta, com esforço e entusiasmo é a mensagem que dona Raimunda deixa para que a missão de informar, educar e evangelizar continue por muitos anos.
"Eu sempre encontrei pessoas que gostavam da rádio, que diziam - Dona Raimunda nós vamos atrás de patrocínio - e eu dava todo apoio. Então se a gente gosta daquilo que faz, tudo é feito com entusiasmo", afirmou.